A última parte da tríade desenvolvida pelo Design Thinking costuma gerar dores de cabeça para os empreendedores. É fundamental saber onde está o erro para buscar o sucesso nos negócios. Texto: Gabriella Collodetti
Edição: Camila de Magalhães Dois dos três aspectos voltados às lentes da inovação já foram apresentados nesta série criada pela Comunidade Ei, programa de empreendedorismo da Fundação Assis Chateaubriand (FAC). O primeiro, humanamente desejável, visa pensar como será o negócio e se o produto a ser desenvolvido terá propósito para o usuário. Já o segundo, ligado ao fator tecnicamente possível, oferece uma visão geral sobre os próximos passos para a criação do produto, no que diz respeito a logística e outros aspectos técnicos. Com isso, chegamos ao terceiro ponto fundamental da tríade: a proposta do empreendedor é financeiramente viável? “Empreender, de uma maneira geral, tende a ser um processo desafiador por diversas razões. A partir do nascimento da ideia até o momento em que o negócio fica de pé e consegue caminhar, a pessoa enfrenta uma montanha-russa de emoções e sentimentos. Pode-se afirmar que a construção do financeiramente viável é aquele momento em que o carrinho, na montanha-russa, está descendo de uma altura enorme e você se pergunta o que está fazendo ali”, exemplifica Leandro de Carvalho, guardião e curador de conteúdos da Comunidade Ei. Ele explica que esta fase costuma ser a mais desafiadora, visto que as duas anteriores já tiveram êxito. Isso porque se o empreendedor possui um negócio humanamente desejável e tecnicamente possível, mas que não é financeiramente viável, então, é necessário pivotar (mudar os rumos do negócio) ou recomeçar do zero. A falta que a educação financeira faz Nesse estágio, surge uma dúvida comum entre os empreendedores: se o fator financeiramente viável é tão importante, por que se dedicar a essa lente da inovação é tão difícil? "Por vários motivos. Acredito que os três principais são: porque não somos financeiramente educados; vivemos em um país extremamente burocrático e complexo; e, com frequência, não fizemos bem as lentes do humanamente desejável e do tecnicamente possível", Leandro responde. Entrando na realidade da população brasileira, não ser financeiramente educado diz respeito à ausência da educação financeira no dia a dia do cidadão do nosso país, observa Leandro. Ele ressalta que não há, por exemplo, a inclusão de uma disciplina voltada à renda nas escolas. Isto é, não existe o hábito da poupança e nem mesmo o diálogo sobre investimentos como algo a ser valorizado. "Para grande maioria das pessoas, equacionar as rendas e despesas pessoais ou familiares já é um grande desafio - não só por conta dos baixos níveis de renda, mas também pela falta de habilidade técnica e emocional. Imagine, então, ter conhecimento, habilidades e competências para pensar em finanças empresariais", argumenta o guardião da Comunidade Ei. Racionalizar a viabilidade de uma questão financeira se torna um desafio para as pessoas que não possuem um controle acerca da própria carteira. Por isso, muitas vezes, a falha pessoal dos empreendedores chega na reta final das lentes da inovação. Burocracia e complexidade para empreender Carvalho ainda frisa que, para empreender, o Brasil é um país muito burocrático e complexo e, ao entrar neste ramo, há diversos impostos e tributos que incidem sobre produtos, serviços, matéria prima e até mesmo mão de obra. "Conhecer e entender toda essa legislação e carga tributária é um desafio para a maioria dos empreendedores. Esse é um ponto crucial, porque todos esses impostos e tributos irão compor o custo da atividade empreendedora", complementa. Hora de refletir Para conseguir sucesso dentro do quesito financeiro, é necessário uma reflexão interna para avaliar se as lentes voltadas ao trabalho humanamente desejável e tecnicamente possível foram realizadas corretamente. "Se, na hora de pensar nos aspectos financeiros do negócio, não há um entendimento claro sobre o produto ou serviço e nem como será produzido, como funcionará e a quem está destinado, o desenho da viabilidade tende a ser frágil", pontua Leandro. Vamos por fases Carvalho informa que não há como pensar em um produto financeiramente viável consistente sem o suporte plausível do humanamente desejável, visto que ele traz as possibilidades de mercado. O empreendedor deve estar atento também aos custos, englobando a questão do tecnicamente possível. Para o profissional, não há um jeito mais fácil de elaborar essa lente da inovação. Entretanto, é possível dividi-la em partes: se dedicar à descoberta do produto ou serviço; elencar os fatores que serão tecnicamente desenvolvidos na produção; traçar uma jornada ideal do usuário; dimensionar tudo; e adequar a execução do seu próprio projeto às possibilidades de implementar o modelo de negócio. “O seu planejamento pode ser uma Disney, mas é preciso começar pelo parque local para aprender com o desenvolvimento do negócio e, com isso, adequar o seu modelo à medida que o negócio cresce. Nesse caminho, o carrinho da montanha-russa sobe e desce várias vezes, mas é interessante continuar nela”, complementa o guardião. Alguns frameworks: Ferramentas que você pode usar
Perguntas cujas respostas podem te ajudar a descobrir se o seu produto é financeiramente viável:*
*Fonte: MOB - Métodos e formas de trabalho mais significativo, colaborativo, empático e eficiente - @mob.gram Sobre a Comunidade Ei! A Ei! Comunidade de Empreendedorismo e Inovação é uma iniciativa da Fundação Assis Chateaubriand, que busca desenvolver pessoas, ideias e negócios, nos ambientes digital e presencial, de um jeito vibrante e inspirador. Apostamos no empreendedorismo como ferramenta para inclusão, transformação e mobilidade social. A partir de 2020, nosso foco é o empreendedorismo feminino. Por meio da educação empreendedora de base, nosso desafio é apoiar uma nova geração de mulheres empreendedoras, estimulando o desenvolvimento de soluções bem estruturadas com um olhar empático, inovador, sustentável e de impacto. Nosso Espaço Ei, que fica no SIG em Brasília, é um lugar aberto para a realização de diversos cursos, workshops e eventos que reúnem pessoas que pensam diferente e acreditam no potencial inovador da cidade. Quer trazer seu evento ou aproveitar as oportunidades de conhecimento? Acesse www.ei.org.br A Ei! Comunidade de Empreendedorismo e Inovação está no Facebook e Instagram, com o perfil @ComunidadeEi Conteúdos inspiradores no seu WhatsApp Receba nossos conteúdos de empreendedorismo e inovação no WhatsApp. Salve o número (61) 3214-1059 na sua agenda, mande um Ei pra gente e aproveite os nossos artigos, matérias, vídeos e agenda completa!
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Agosto 2020
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